Conheça Denise Pires de Carvalho, a nova presidente da CAPES
Com longa carreira acadêmica e em cargos de liderança, a gestora nos fala brevemente sobre sua visão de futuro para a Fundação
Trajetória
A nova presidente da CAPES, Denise Pires de Carvalho, tem um currículo robusto. Antes de assumir a liderança da Fundação, era a titular da Secretaria de Educação Superior (SESu) do Ministério da Educação (MEC). Previamente à SESu, foi a primeira mulher a ocupar a reitoria da centenária Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), de 2019 a 2023.
Acadêmica e pesquisadora, Denise possui o título de livre docente em Fisiologia e Biofísica pela Universidade de São Paulo (USP) e é professora titular do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF/UFRJ), com atuação nos programas de pós-graduação em Medicina e Ciências Biológicas. Formada em Medicina pela UFRJ, tem mestrado e doutorado em Ciências Biológicas (Biofísica) pela mesma instituição, acumulando ainda dois pós-doutorados internacionais, no Hôpital Bicêtre (França) e na Universitá degli Studi di Napoli Federico II (Itália). É autora de cerca de 185 artigos indexados e revisora de mais de vinte revistas científicas internacionais.
Desde 2022, Denise Pires de Carvalho integra a Academia Brasileira de Ciências e a Academia de Medicina do Rio de Janeiro. Foi recentemente empossada como membro efetivo da Academia Luso-brasileira de Letras. Nossa nova gestora foi vice-presidente regional da Inter-American Organization for Higher Education (OUI-IOHE), vice-presidente da Conferência Regional de Reitores das Universidades Latino-Americanas (CRULA), representante da América Latina no Steering Committee da Talloires Network of Engaged Universities, presidente do Grupo de Cooperação Internacional de Universidades Brasileiras (GCUB), presidente e vice-presidente do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
Entre as láureas conquistadas por Denise Pires de Carvalho figuram o Prêmio Sênior (2010) da Sociedade Latino-Americana de Tireoide e o Prêmio Faz Diferença – Saúde (2011), do jornal O Globo. A nova presidente da CAPES recebeu, ainda, a Medalha de Mérito Pedro Ernesto (2019), da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, e a Medalha Tiradentes (2019), concedida pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.
Por ocasião de sua nomeação, publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 16 de fevereiro, a nova presidente da CAPES nos concedeu uma breve entrevista. Confira!
CGCOM: Sua experiência na SESU lhe proporcionou uma visão bastante ampla do cenário da Educação Superior no Brasil. Em que medida essa vivência pode influenciar a nova gestão da CAPES?
Denise Carvalho – Minha experiência na SESu ampliou o meu conhecimento sobre a Educação Superior no Brasil. As instituições de educação superior brasileira são bastante heterogêneas. Considero que aquelas que se dedicam à geração de conhecimento, nas quais existem os melhores cursos de graduação e de pós-graduação, devem atender cada vez mais às demandas da sociedade moderna e se engajar na nova industrialização do País. A vivência na SESu foi inspiradora na medida em que nos proporcionou maior conhecimento, não somente do sistema nacional de educação superior, mas também de experiências bem-sucedidas no mundo. Novos projetos relacionados à formação de professores para a educação básica, ao ensino de pós-graduação, à pesquisa e à extensão devem nos guiar nos próximos meses, com permanente diálogo entre o poder público, a academia e a sociedade.
CGCOM: Quais serão as prioridades estratégicas da sua gestão à frente da Fundação?
Denise Carvalho – As prioridades serão melhorar a formação de professores para a educação básica e atuar para fortalecer a pós-graduação nas diferentes regiões do País, visando à diminuição das assimetrias, o desenvolvimento regional e a alavancagem dos diferentes arranjos produtivos locais. O processo de avalição dos cursos de pós-graduação no Brasil é uma história de sucesso, que levou a ciência brasileira a alcançar projeção internacional altamente reconhecida. Não podemos retroceder. A Pós-graduação stricto sensu precisa ser cada vez mais valorizada e ampliada, para que o País possa crescer e se desenvolver. Ressalto que no Brasil há um percentual de doutores cinco vezes menor do que a média dos países da OCDE. Não há nação desenvolvida sem ciência, tecnologia e inovação e não há desenvolvimento científico e tecnológico sem suficientes pesquisadores doutores.
CGCOM: No que diz respeito à gestão de pessoas, há algum ponto prioritário ou projeto em mente?
Denise Carvalho – A valorização dos servidores da CAPES e a discussão sobre o novo plano de gestão e desempenho são prioridade, em constante diálogo com as equipes das diferentes diretorias. Os servidores da Fundação são altamente qualificados e pretendemos que sejam cada vez mais valorizados.
CGCOM: Que mensagem gostaria de transmitir a todo o pessoal da CAPES?
Denise Carvalho – Gostaria de transmitir uma mensagem de otimismo. Vamos seguir em constante diálogo com todas as pessoas que compõem o nosso corpo social, visando ao fortalecimento da CAPES e do Ministério da Educação. As instituições são o reflexo das pessoas que trabalham e se dedicam, cotidianamente. A CAPES tem reconhecimento nacional e internacional, devido aos seus dedicados e qualificados servidores. Pretendemos seguir sendo uma das bases sólidas para o melhor desempenho dos índices educacionais brasileiros, da educação básica à superior, com foco nas áreas estratégicas para o nosso País.
