MEC propõe reflexão sobre desafios das mulheres em cargos de liderança

Presidente da CAPES, Denise Pires de Carvalho, participou de debate promovido pelo ministério em razão do Dia Internacional da Mulher

Nesta terça-feira, 12, a presidente da Fundação, Denise Pires de Carvalho, participou de uma roda de conversa com o tema Cientistas e Mulheres: os desafios de desempenhar diferentes papéis sociais, promovida pelo Ministério da Educação (MEC). O evento fez parte da programação comemorativa do Dia Internacional da Mulher (8 de março).

Também compôs a roda Fernanda Macedo Pacobahyba, presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia igualmente vinculada ao MEC. Durante o encontro, as duas gestoras compartilharam suas histórias e os obstáculos que tiveram que romper até chegar aos cargos de liderança em que se encontram hoje.

Denise destacou os desafios estruturais que a mulher sofre na sociedade, exemplificando situações pelas quais passou pelo simples fato de ser mulher. Visivelmente emocionada, a presidente, que foi a primeira mulher a ocupar a reitoria da centenária Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), falou sobre a importância da educação em sua vida pessoal.

"Meu pai sempre dizia que sua única herança seria a educação”, disse, lembrando que ele foi o grande incentivador também da pós-graduação. “Somos três filhos, sendo dois médicos, e dois com doutorado. Os três, doutores”. É ela a filha que acumula o diploma em medicina e o doutorado acadêmico.

Mãe de duas filhas, Denise pontuou ainda sobre a importância das redes de apoio para que as mulheres possam aproveitar as oportunidades de carreira, e da liberdade de escolha, a despeito das pressões e dos julgamentos sociais. Durante a conversa, as duas presidentes descobriram ter diversos pontos em comum.

Fernanda Pacobahyba, mãe de dois filhos, destacou o machismo como um dos maiores, “talvez o maior”, obstáculo em sua jornada. "Fui secretária de Fazenda em um ambiente predominantemente masculino, enfrentando discussões vazias, cheias de ego. A desconstrução do machismo é essencial para promover a igualdade de gênero", compartilhou. A presidente do FNDE contou já ter usado tênis em reuniões, como um “ato subversivo” contra um sistema de padrões, de estilos e estéticas. A mensagem final das vivências compartilhadas foi clara: que as mulheres persigam seus sonhos e não desistam de alcançar o sucesso profissional.