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JULHO AMARELO

Julho Amarelo mobiliza população contra câncer ósseo e hepatites virais

Publicado: 21/07/2025 14:21 Última Atualização: 21/07/2025 14:21

FULL JULHO AMARELHOA campanha enfatiza a relevância das ações integradas de informação, vigilância epidemiológica, prevenção e controle dessas doenças

No Brasil, o mês de julho é dedicado à conscientização sobre dois graves problemas de saúde: o câncer ósseo e as hepatites virais. O câncer ósseo, caracterizado pelo crescimento anormal de células nos ossos (denominado neoplasia), pode se manifestar inicialmente através de dor persistente, inchaço ou sensibilidade na área afetada. Já as hepatites virais são infecções que atingem o fígado e podem causar desde alterações leves até danos graves, sendo que na maioria dos casos evoluem de forma silenciosa, sem apresentar sintomas evidentes.

O câncer ósseo pode ser confundido com dores lesionais esportivas ou dores de crescimento, o que pode atrasar o diagnóstico. Por isso, os especialistas recomendam buscar atendimento médico ao sentir dor óssea persistente, mesmo após traumas como quedas. O diagnóstico é baseado na avaliação da história clínica, no exame físico local (incluindo dor à palpação e derrame articular) e na comparação com o lado contralateral. Para confirmação, utilizam-se exames laboratoriais e de imagem.

O tratamento inclui métodos de imagem, poliquimioterapia, técnicas de reconstrução (com próteses, enxertos e retalhos microcirúrgicos) e intervenções específicas para fraturas patológicas. Os avanços no entendimento das bases genéticas dos tumores permitem maior compreensão dos mecanismos de disseminação, além do desenvolvimento de engenharia tecidual, resultando em melhor sobrevida e resultados funcionais para os pacientes. Os cirurgiões ortopédicos mantêm um papel fundamental no manejo dessa patologia.

As hepatites virais são causadas principalmente por vírus, embora também possam ser desencadeadas pelo uso de medicamentos, consumo de álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas. A hepatite B (HBV), em particular, possui vacina disponível para bebês - medida essencial, pois se trata de uma doença grave transmitida verticalmente (da mãe para o filho durante a gestação ou parto). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacina oferece proteção imediata e constitui uma prática segura e eficaz na prevenção de infecções futuras. É importante destacar que a transmissão também ocorre por contato com sangue e fluidos corporais, inclusive em ambientes domésticos.

A hepatite A, causada pelo vírus VHA, possui transmissão fecal-oral, ocorrendo tanto pela ingestão de alimentos ou água contaminados quanto devido a condições precárias de saneamento básico e higiene pessoal, além de contato próximo com pessoas infectadas, incluindo contato sexual. Os sintomas iniciais incluem fadiga, mal-estar, febre, dores musculares, náuseas, vômitos, dor abdominal, alterações intestinais (como constipação ou diarreia), urina escura, fezes claras e icterícia (amarelamento da pele e olhos). Para seu combate, está disponível uma vacina que faz parte do calendário infantil de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo uma medida preventiva segura e eficaz.

A hepatite C é transmitida principalmente pelo contato com sangue contaminado, seja através do uso compartilhado de agulhas, seringas e outros objetos perfurocortantes não esterilizados, equipamentos odontológicos inadequados ou materiais para uso de drogas. Outras formas de transmissão incluem relações sexuais sem proteção e a transmissão vertical (da gestante para o feto durante a gravidez ou parto, e potencialmente pela amamentação). Na maioria dos casos, a infecção é assintomática, sendo necessária a realização de um exame de sangue específico para confirmação diagnóstica. A hepatite crônica pelo HCV caracteriza-se por um processo inflamatório hepático persistente e de evolução silenciosa. Importante destacar que a doença tem cura e seu tratamento está disponível gratuitamente pelo SUS.

A hepatite D, também chamada de Delta, é causada pelo vírus HDV e pode ser transmitida por relações sexuais sem proteção, compartilhamento de objetos pessoais contaminados, ou durante procedimentos como tatuagens e colocação de piercings realizados sem a devida esterilização. Na maioria dos casos, a infecção não apresenta sintomas. Quando presentes, os sintomas mais comuns incluem cansaço, tontura, náuseas, vômitos, febre, dor abdominal, icterícia (pele e olhos amarelados), urina escura e fezes claras. Para prevenir a hepatite D, é fundamental tomar a vacina contra a hepatite B, uma vez que o vírus HDV depende da estrutura do vírus da hepatite B para se replicar.

No Brasil, as hepatites virais mais prevalentes são as causadas pelos vírus A, B e C. O vírus da hepatite D, mais comum na região Norte do país, e o vírus da hepatite E, que apresenta baixa frequência no território nacional, têm maior incidência em continentes como África e Ásia.

As infecções pelos vírus das hepatites B e C frequentemente evoluem para a forma crônica devido ao seu caráter assintomático. A doença progride silenciosamente por longos períodos sem diagnóstico, podendo levar a graves complicações hepáticas como fibrose avançada ou cirrose.

De acordo com o Ministério da Saúde, as hepatites virais causam aproximadamente 1,4 milhão de mortes anualmente no mundo, decorrentes de complicações como infecções agudas, câncer hepático ou cirrose. A hepatite C, em particular, apresenta taxa de mortalidade comparável à do HIV e da tuberculose, configurando-se como um grave problema de saúde pública global.

O Julho Amarelo destaca a relevância da realização periódica de exames e da busca por acompanhamento médico especializado diante da manifestação de dores ou sintomas persistentes.

Cuide-se e proteja quem você ama para prevenir riscos à saúde no futuro.