Diretora de Relações Internacionais apresenta balanço do Ciência sem Fronteiras aos servidores
A diretora de Relações Internacionais da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Concepta Pimentel, mais conhecida como Connie, apresentou na tarde desta terça-feira, 13, no Auditório do Espaço Anísio Teixeira, na sede da instituição, um balanço das ações do programa Ciência sem Fronteiras (CsF) aos servidores da agência. Além de trazer números detalhados desta grande iniciativa do Governo Federal, que concedeu mais de 100 mil bolsas nos últimos quatro anos, a diretora expôs alguns dos desafios e melhorias necessárias para a continuidade do CsF.
A concessão de 101 mil bolsas era a principal meta do programa, que, conforme explicou a diretora, se traduziu na implementação de cerca de 93 mil benefícios a estudantes de todo o país. Entre os dados mais relevantes trazidos por Concepta está o fato de mais da metade dos alunos de graduação contemplados pelo programa serem estudantes de baixa renda. “Nossos questionários socioeconômicos indicam que 51% dos graduandos participantes do Ciência sem Fronteiras pertencem a famílias com renda de até seis salários mínimos. Assim, o programa deu a oportunidade de estudar no exterior a quem provavelmente não poderia por outros meios”, revelou.
A meta de concessão de bolsas do programa foi atingida, apesar da distribuição de modalidades não ter sido conforme a previsão inicial. “O principal fator para isso está na dificuldade dos nossos estudantes com o domínio da língua estrangeira”, explicou a diretora.
Concepta lembrou que o CsF é regido pelo Decreto nº 7.642/2011, que traz nove objetivos sobre a internacionalização do ensino superior brasileiro. “Apesar dos amplos objetivos, só foi implementada uma forma de financiamento: a concessão de bolsas. Essa é uma visão estreita que podemos rever.”
A professora explica que o programa tem um comitê de acompanhamento e assessoramento, com apenas um membro do MEC e outro do MCTI e que, portanto, a capacidade da Capes propor mudanças não é simples. “Um novo CsF deveria trazer mais o controle para as agências de fomento que executam o programa, ”
Sobre o ingresso de bolsistas do programa nas universidades mais bem colocadas nos rankings internacionais, a diretora explicou que não se trata de processo simples. “Não é só pagar que essas instituições vão receber. De 2.000 alunos que enviamos aos EUA, cinco vão para Harvard, ou MIT. Essas universidades tem alta competividade e aceitam poucos alunos por ano. A boa notícia é que todas as universidades top do mundo receberam alunos do Ciência sem Fronteiras”.
Sobre as áreas contempladas pelo CsF, Engenharias dominou as concessões, com 45% que era o objetivo do programa. Na graduação, o Nordeste foi a região mais contemplada, na pós-graduação dominou o Sudeste, já esperado devido ao elevado número de programas de pós-gradução de excelência e mais bem avaliados pela Capes. “Uma próxima edição deve se atentar para certas assimetrias regionais. Como exemplo, Bolsas de Jovens Talentos, modalidade de atração de doutores do exterior, tiveram concentração no Sul e Sudeste”, afirmou Concepta.
Acesse a apresentação feita pela professora
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