Presidente da Capes recebe do Foprop Nordeste medalha do mérito universitário
O Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação da Região Nordeste (Foprop/NE), sediado pela Universidade Estadual da Paraíba, em Campina Grande, chegou ao fim nesta sexta-feira (07). O ápice do evento, que acontece desde ontem no Campus I, foi a homenagem prestada pela Instituição ao presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), professor Jorge Almeida Guimarães.
Participaram da entrega da Medalha a reitora da UEPB, Marlene Alves; José Edilson Amorim, vice-reitor da UFCG; Edna Maria da Silva, coordenadora do Foprop; Emília Augusta Lins Freire, da Secretaria de Educação do governo Estadual; Francisco Cesar de Sá Barreto, integrante do Plano Nacional de Pós Graduação e Roberto Germano Costa, diretor do Instituto Nacional do Semi Árido.
O professor Geraldo Nunes Sobrinho, coordenador geral da Capes e amigo do homenageado, fez a apresentação do professor Jorge Guimarães e focou como um dos itens mais marcantes de sua personalidade a de "excelente gestor público, um semeador de competências, transcendendo os limites do laboratório, embora nunca tenha se desligado dele".
"Podemos constatar seu trabalho na dimensão que a Capes tem hoje. Ela está consolidada na sua essência, através da participação na comunidade, diálogo com o Governo e no fato de encarar a diversidade do país e se voltar aos problemas nacionais", salientou.
Jorge Guimarães recebeu a Medalha de Mérito Universitário das mãos da reitora Marlene Alves, que se disse honrada com a escolha da Instituição para sediar o Fórum e por homenagear o presidente da Capes, grande incentivador do desenvolvimento da política de pós-graduação da UEPB. "O professor Jorge Guimarães tem seu nome escrito na história do país, reconhecido internacionalmente como um exemplo que pesquisador que honra a inteligência brasileira", afirmou.
Sobre os dois dias do Foprop/NE, a pró-reitora de Pós Graduação e Pesquisa da UEPB, professora Marcionila Fernandes, concluiu que esta foi uma oportunidade de "aproximar o Brasil": "A ciência não tem pátria, é universal, e muitas vezes não se conhece tudo o que é produzido no país. O Plano de Desenvolvimento da Pós Graduação, que está em curso, é uma política de conhecimento e reconhecimento por parte de todos os intelectuais brasileiros, sendo este Fórum um encontro importante de uma parte do país. Este é um fato marcante, reflexo de uma política acertada de transformar a UEPB numa universidade plena, que forma, produz e propaga conhecimento".
Jorge Almeida Guimarães
Em entrevista, o professor Jorge Almeida Guimarães disse que o Brasil em muito tem avançado na pós-graduação, mas que, contraditoriamente, a educação básica ficou para trás. "O Brasil é líder mundial em muitas áreas e a maioria de nossas universidades tem, em média, apenas 50 anos. Ao longo desse período, o país foi extremamente criativo, veja que não há Capes no restante do mundo. O que há no exterior são CNPq e ‘Agências de Acreditação' - mas acreditar sem dar bolsas não tem o menor significado", disse.
Para incluir tratamentos especiais de aprimoramento da educação nas regiões menos desenvolvidas, o presidente da Capes afirmou que o mais importante é dar oportunidade aos jovens, oferecendo infra-estrutura educacional não só no ensino fundamental e médio, mas também nas universidades, onde eles, de fato, encontrarão oportunidades de serem incluídos. "Isso significa que precisamos interiorizar, cada vez mais, a educação superior", destacou.
Complementando esse processo, ele acrescentou que é preciso fomentar atividades que dão oportunidades aos estudantes e possibilidades de incorporar pesquisa e extensão, o que tem melhorado bastante após a instalação das universidades estaduais.
Em sua opinião, o Brasil serve de modelo para outras iniciativas, pois os sistemas brasileiros são únicos e foram responsáveis por grandes mudanças na ciência, na iniciação científica e na pós-graduação. "Hoje tem gente copiando nossos sistemas, mas ninguém chegou ao nosso patamar de conhecimento. O que precisamos é de flexibilidade, para enfrentar nossas adversidades, e mais agilidade, especialmente para os mestrados profissionalizantes, que estão fechando mais de 300 propostas em todo o país", comemorou.
Atenção da Capes a Educação Básica
Pela manhã foi realizada a conferência "A Pós-Graduação e o Ensino Básico: uma aproximação necessária", ministrada pelo diretor em Educação Básica Presencial da Capes, professor João Carlos Teatini Clímaco.
Segundo o professor, o grande desafio da Capes, hoje, é a formação do professor de Ensino Básico em exercício e que, para isso, desde 2008 as Instituições de Ensino Superior vêm elaborando planos estratégicos para oferta de vagas de formação inicial.
A previsão é de que, até o fim do próximo ano, sejam oferecidas até 400 mil vagas a esses professores, já que haverá mais de 130 Instituições de Ensino Superior (IES) em todo o Brasil, trabalhando em conjunto com a Capes para a formação básica. Entre os principais cursos oferecidos estão as licenciaturas presenciais ou à distância, os cursos especiais emergenciais (temporários) e a formação pedagógica para professores graduados sem licenciatura.
João Carlos Teatini defendeu, ainda, o regime de colaboração entre as pós-graduações e o Ensino Básico como forma de manter um piso salarial decente para esses profissionais, inclusive para incentivar os professores a se qualificarem. "Uma das grandes demandas não é só formar mais docentes, mas formar melhor, principalmente aqueles que se identificam com a realidade em que vivem", concluiu.
(Fonte: UEPB - Giuliana Rodrigues)