Servidor da CAPES publica pesquisa sobre segurança alimentar
O combate ao problema da desnutrição na população brasileira recebeu a importante contribuição de um servidor da Fundação. Renato Carvalheira, da RBPG/Gabinete/PR, integrou a equipe multidisciplinar da pesquisa II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, publicada recentemente. Realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Segurança Alimentar (Penssan), o estudo pretende manter o monitoramento ativo da segurança alimentar, atualizando informações sobre os níveis da insegurança alimentar e da fome na população brasileira.
Doutor em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e um dos coordenadores-executivos da Penssan, Renato explica que a intenção dos cientistas neste estudo foi continuar uma importante pesquisa feita pelo IBGE desde 2004 mas que, por dificuldades orçamentárias, foi interrompida. “A pesquisa surgiu da necessidade de prover uma informação muito preciosa para a população brasileira, que são os dados da fome, ou da insegurança alimentar, um termo mais amplo e que permite melhor conhecer o fenômeno”, conta.
Segundo o servidor, a equipe da Penssan decidiu fazer pesquisas anuais ou a cada dois anos. A primeira enquete, feita sem muitos recursos, trabalhou com uma amostra de pouco mais de dois mil lares visitados. O resultado, considerado um sucesso, mostrou que 19,1 milhões de brasileiros passavam fome em 2021. A Rede ganhou notoriedade, e conseguiu fazer o segundo trabalho superando 12 mil domicílios entrevistados.
O método usado por Renato e seus colegas é conhecido como Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. Essa medida foi adaptada à realidade brasileira no fim dos anos 1990, tendo por base um modelo criado nos Estados Unidos. Em 2004, o IBGE incorporou a escala na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Conforme explica o servidor, o conceito de segurança alimentar é mais abrangente que o da fome, e envolve todos os problemas da alimentação, incluindo desde a plantação até o consumo. 
Nesta pesquisa, nosso colega foi além da parte acadêmica. Ele analisou os dados coletados, deu uma força na diagramação do relatório e também ajudou na estratégia de divulgação. “Não é um trabalho remunerado, mas é muito prazeroso desenvolver uma pesquisa tão importante”, pontuou. Para o pesquisador, o resultado foi um êxito em vários sentidos. “É um processo no qual a gente aprende muito. Aprendi, tanto no conteúdo quanto na forma, com a estratégia de comunicação, que foi bastante exitosa”, reflete. “Tanto é que o primeiro inquérito e este foram publicados em todos os grandes jornais do País e alguns internacionais, como El País, NY Times, Washington Post e Le Monde”.
Uma história de desenvolvimento profissional na Fundação
Renato foi aprovado no concurso de 2008. Convocado em 2009, só ingressou na CAPES em 2010. Mas porque esse intervalo para assumir o cargo? Ele revela: “Estava no doutorado, justamente sobre o tema de políticas públicas em segurança alimentar e nutricional. Daí adiei ao máximo para só tomar posse e entrar em exercício em março de 2010”.
Perguntado sobre o significado de ser servidor e pesquisador, Renato demonstra satisfação. “Devemos constantemente estudar, nos capacitar, pesquisar. Faz parte de nossa carreira”!
