Plataforma Freire é relançada
Nome do Patrono da Educação brasileira, Paulo Freire, retorna à ferramenta.
Nesta quinta-feira, 13 de abril, o Ministério da Educação (MEC) e a CAPES anunciaram o resgate de uma homenagem ao educador Paulo Freire, que até 2018 nomeava a mais importante ferramenta de gestão dos programas de formação de professores para a educação básica da CAPES. A Plataforma Freire possui quase 700 mil currículos de alunos, professores, gestores e secretários de Educação.
Ao retornar ao antigo nome da Plataforma CAPES de Educação Básica, o governo federal honra o educador e filósofo pernambucano, destaque nacional e internacional na educação básica e criador de um método de alfabetização para adultos, declarado, em 2012, como Patrono da Educação Brasileira.
“A Plataforma Freire vem sendo aperfeiçoada a partir de uma visão sistêmica de educação. Por isso, a CAPES tem buscado contemplar todos os atores envolvidos nos programas de formação, para uma atuação colaborativa”, explicou durante o evento a presidente da CAPES, Mercedes Bustamante.
Para Mercedes, realizar esse evento na Fundação é particularmente simbólico. “Aqui na CAPES celebramos a união daquilo que nós conhecemos como as duas asas da educação brasileira, representadas por dois grandes pensadores e realizadores, Paulo Freire e Anísio Teixeira”. Além do homenageado, a gestora se refere ao idealizador e primeiro presidente da CAPES, que comandou a Coordenação de 1951 a 1964. Mercedes destacou ainda que as ideias dos dois educadores convergem quanto ao papel da educação na construção de uma sociedade democrática.
Izolda Cela, secretária-executiva do Ministério da Educação, classificou a retomada da nomenclatura original da plataforma como uma ação que coloca “as coisas em seus devidos lugares”. Ela ainda disse que a ferramenta auxiliar a “articular muito bem essas ações com aquilo que o Ministério da Educação tem afirmado como uma das prioridades fortes, essenciais, dessa gestão, que é a melhoria das escolas que recebem nossas crianças, nossos jovens”.
Diretorias engajadas
Adi Balbinot Junior, diretor de Tecnologia da Informação (DTI) da CAPES, garantiu que o setor não poupará esforços em trazer transformações tecnológicas para a plataforma. “Principalmente no que tange a facilidade da disponibilização do acesso, não apenas para os 700 mil currículos que nós temos cadastrados, mas certamente buscando atingir os nosso dois milhões e 200 mil professores que poderão utilizar a plataforma”, frisou Adi.
Suzana dos Santos Gomes, diretora Educação a Distância (DED) da Fundação, destacou o relevante papel que a Plataforma Freire desempenha no campo educacional e no norteamento das políticas públicas. “Além disso, permitirá o aprimoramento dos indicadores qualitativos dos programas e cursos financiados pela CAPES”, aponta Suzana. A diretora destacou ainda a função de fomento da visibilidade, da inserção profissional e da conexão dos estudantes com a comunidade acadêmica.
Marcia Serra Ferreira, diretora de Educação Básica (DEB), salientou que a plataforma é um instrumento importantíssimo para a implementação e o acompanhamento das políticas públicas educacionais. “Na Plataforma Freire podemos acompanhar as deficiências e os avanços, em termos de formação inicial, daqueles professores e professoras que já se encontram no sistema público, em diferentes regiões do País, reduzindo as imensas assimetrias existentes”, declarou Marcia.
Sobre a Plataforma
Criada em 2009, a Plataforma Freire foi projetada inicialmente para gerir exclusivamente o Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor). A CAPES assumiu a ferramenta em 2012 e, ao longo dos anos, aumentou sua abrangência. Desde 2018, a plataforma também engloba o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e o Residência Pedagógica. No ano passado, somaram-se a essas iniciativas os Programas de Mestrado Profissional para Professores da Educação Básica (ProEB).
Sobre Paulo Freire
Paulo Freire (1921-1997) foi um professor e educador brasileiro, criador de um método inovador para alfabetização de adultos. Ao mesmo tempo em que alfabetizava em tempo recorde, a partir do uso de palavras ligadas ao cotidiano dos seus alunos, fazia-os desenvolver o pensamento crítico a partir de debates que exercitavam a cidadania.
Autor de A Pedagogia do Oprimido, obra lançada em 1968 e traduzida para mais de 40 idiomas, Freire dedicou boa parte de sua vida à alfabetização e à educação da população a partir da consciência crítica. Em 1986, como reconhecimento mundial de seu trabalho, recebeu o Prêmio da Unesco de Educação para a Paz.